19.2.09

Salve a rainha Laura Nigro, grande dama do carnaval de Olinda.


A paixão pelo carnaval de Olinda e a fidelidade às raízes culturais da Cidade Patrimônio da Humanidade refletem a imagem da foliã com mais carnavais do que o Homem da Meia Noite, a rainha Laura Nigro. Aos 16 anos, seu coração teve o primeiro contato com as ladeiras da Cidade Alta durante a festa de Momo e, naquele momento mágico, ela se tornou o próprio carnaval.

Do casamento com o compositor Clídio de Lima Nigro, autor do hino “Olinda Quero Cantar”, surgiram frutos de toda uma vida, afinal, esta união foi responsável pela fundação de alguns dos blocos mais conhecidos do carnaval do Estado como Pitombeira dos Quatro Cantos, Flor da Lira e, claro, Olinda Quero Cantar. Hoje, aos 94 anos, Laura Nigro ainda esbanja juventude e vivacidade.

Nascida em Itambé, Zona da Mata de Pernambuco, a carnavalesca, carinhosamente chamada de Dona Laura, foi trazida para Olinda aos três anos. Filha de José Cesário da Cunha Melo e Leonila Guedes Ribeiro, teve dez filhos, sendo seis mulheres e quatro homens. Para ajudar no sustento da família, trabalhou no Sesi do Recife como professora de corte e costura e de arte culinária até se aposentar. “Ela mesma fazia todas as nossas roupas, adorava nos enfeitar! Além dos bolos e doces que ela receitava que eram maravilhosos”, lembra uma das filhas de Laura, a Lúcia Nigro, que toma conta da loja Princesa Isabel, pertencente à família, localizada no Mercado da Ribeira.

O encanto pelos frevos de bloco está nos olhos de Dona Laura. Foram 75 carnavais percorrendo as ruas da Ribeira, Quatro Cantos, 13 de Maio, Prudente de Moraes, Bonfim, subindo e descendo as ladeiras com toda a energia que lhe foi concebida, à frente do Olinda Quero Cantar. Dona Laura lembra sempre com muita saudade das fantasias que usou, das troças e do carinho dos foliões. “Teve uma vez que me fantasiei de Carmem Miranda, como uma forma de homenageá-la. Todos adoraram e fui bastante elogiada!”, contou.

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